sexta-feira, 4 de março de 2011

A Vulnerabilidade das Crenças

Quem constrói sua casa sobre o terreno das crenças é comparado ao indivíduo que constrói sua casa sobre a areia, quando batem os vendavais,as chuvas e os temporais e dão de ímpeto contra a casa, a casa cai.
Quantos já não se sentiram assim: tipo, a casa caiu. Na semana passada um amigo, após ter lido o livro A Cabana me confessou – Perdi o chão –   Lá se foram todas as suas “certezas”, suas crenças foram abaladas e a casa caiu.
Nem é aconselhável construir nada sobre o terreno das crenças, sugiro que o caminhante monte apenas sua barraca de nômade espiritual, e desmonte sempre que for necessário. Assim o processo de desconstrução fica mais fácil, não é tão doloroso.
Quando se perde o chão e a casa cai, surge a maravilhosa oportunidade de repensar, abandonar as velhas crenças, montar a barraca um pouco mais à frente, avançar rumo ao infinito.
Entretanto, por mais que um finito se aproxime do infinito, sempre haverá uma distância infinita a ser percorrida.
A crença pertence  aos primeiros passos da vida espiritual.
A sapiência já significa ter percorrido um bom trecho da senda espiritual.
O trajeto da crença para sapiência, as vezes pode levar muito tempo.
O escritor sagrado diz: -Vós já devíeis ser mestres pelo tempo decorrido, no entanto ainda “estais na creche”
No sistema de crenças eu tenho muitas informações, na sapiência eu tenho conhecimento. As informações não me libertam, o conhecimento da verdade, esse sim me emancipa. Na crença eu sou escravo, na sapiência eu sou liberto. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Conhecimento não é apenas informação, como crença não é sapiência.
Alcino Muller

Um comentário:

  1. Olá Alcino, parabéns pelo texto.
    Faz parte da natureza humana a busca pela certeza. Nós não gostamos do incerto. Neste sistema,a crença faz sentido: traz segurança e certeza.
    A grande pergunta que deixo para você é: Jesus trabalhou com a crença ou com o conhecimento? Penso que a resposta a esta pergunta lança luz sobre os exageros que o evangelho atual apresenta.
    Abraços

    ResponderExcluir