Quando eu era menino falava como menino, e pensava como menino, e sentia como menino, agora que cresci deixei as coisas de menino. Como diz Mário Sérgio Cortella, nós não nascemos prontos. Uma geladeira, um sapato, um carro chega no mercado pronto e vai se acabando, nós chegamos no mundo não prontos e vamos nos aprontando. (Sugiro ler o livro Nós não nascemos prontos do autor acima citado)
Somos inacabados e deveríamos ter consciência da nossa inconclusão.
Ao mesmo tempo já somos em potencial o que haveremos de ser. Somos a imagem e semelhança de Cristo, mas isso só potencialmente, pois na realidade ainda não somos o que somos na potencialidade. Ninguém se torna o que não é. Um coquinho na realidade é apenas uma semente, mas potencialmente já é um coqueiro. Caso ele caia em terra fértil virá a ser o que é.
No texto de Paulo de Tarso temos a idéia do trajeto de uma infância espiritual para uma adultez Espiritual. Isso acontece com um indivíduo e também com a igreja. Existem muitas igrejas que são verdadeiras creches espirituais. A música é de creche, os regulamentos são de creche a pregação é de creche.
O escritor aos Hebreus reclama que muitos cristãos já deveriam estar cursando a universidade do Espírito, no entanto ainda estão na creche.
Nós sabemos que a creche é boa. Nicolas, o meu netinho de cinco anos ama a creche, ele já está aprendendo as letras, daqui mais uns dias ele vai formar sílabas, depois ele estará lendo palavras, depois sentenças, depois parágrafos, depois livros, autores, gêneros, etc. Valeu a pena ter aprendido as letras, pois para ler um livro ele vai usar aquela habilidade de conhecer as letras adquiridas nos tempos de creche, todavia se daqui a uns 10 anos ele não conseguir ler livros inteiros, algo saiu errado.
Esse processo é um trajeto rumo ao infinito, e por mais que um finito se aproxima do infinito, sempre haverá uma distância infinita a ser percorrida...
" Da covardia que teme novas verdades, da preguiça que aceita meias-verdades, da arrogância que pensa conhecer toda verdade. Ó Senhor, livra-nos!” (Arthur Ford)
Alcino Muller
Um bom texto só podia estar acompanhado de uma música à altura. Já abaixo você poderá ouvir uma música cantada nas igrejas que consideramos verdadeira creche. Esta é apenas uma de muitas que cantam. A intenção não é ofender mas apenas de mostrar a realidade que na maioria das vezes não nos damos conta do que estamos cantando.
Olá Alcino. Mais uma vez, parabéns pelo texto. Concordo com a tua análise. Gostaria de aproveitar o espaço para fazer uma sugestão. Quem não gosta de ler, busque a palestra do Cortela no youtube sobre o livro, é simplesmente fantástica. Abraços!
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