domingo, 30 de janeiro de 2011

Ser igregente

Ser igregente não é apenas ser crente, é mais abrangente.
Ser igregente é saber que cinco pães e dois peixinhos são suficiente prá tanta gente.
Ser igregente é saber que na boca do peixe tem moeda corrente prá pagar o imposto da gente.
Ser igregente é acalmar a tempestade, ter domínio e autoridade, mas viver humildemente.
É saber que o impossível pode acontecer derrepente.
Ser igregente é não esperar a vida eterna prá um futuro longínquo, é viver agora, no presente.
Ser igregente é amar incondicionalmente.
É saber que quanto maior o poder espiritual, menores as necessidades materias; é viver tranquilamente.
Ser igregente é não procurar os barulhos desta vida, mas curtir Deus silenciosamente.
Ser igregente é estar aberto a mudanças, no dizer de Paulo, renovação da mente.
Ser igregente é não querer ser servido, mas desejar ser servente.
É não viver nas vacuidades, buscando plenitude aparente, mas viver Deus que é plenitude realmente.
Ser igregente é não ser egoísta, mas dar liberalmente.
Ser igregente é dizer como Davi: O Senhor é o meu pastor e... é viver confiantemente.
Ser igregente é não viver de demonstrações passadas, mas se alegrar com subseqüente.
Ser igregente é saber que num ambiente de egoísmo, ambição e cobiça não germina a divina semente.
Ser igregente é saber que as brilhantes vacuidades não o elevam plenamente.
É ter vida e te-la abundantemente.
Ser igregente é não orar esporadicamente, mas sem cessar; sempre.
Ser igregente é buscar as coisas de Deus primeiramente e as outras surgem naturalmente.
Ser igregente é ter uma confiança inabalável, permanente.
Ser igregente é entregar o caminho ao Senhor, confiar Nele e descansar sossegadamente.
Ser igregente é aceitar o outro indiscriminadamente.
Ser igregente é ser igreja, ser gente  e ser emergente.
Alcino Muller

2 comentários:

  1. Ser igregente é ser igreja, ser gente e ser emergente. Permita-me acrescentar: urgente.
    Parabéns pelo texto, Alcino. Se estou entendo bem, a proposta é retornar à simplicidade do evangelho. Um tempo onde o ser era mais importante que o ter. Ser discípulo, ser peregrino, ser aceito, simplesmente ser!
    Fica uma pergunta: sendo a nossa realidade tão diferente da vivida pelos primeiros discípulos (inclusive a visão de mundo), é possível resgatar o princípio sem resgatar a forma?

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  2. Caro Fábio:
    Eu lido um pouco com a idéia de evoluir. A igreja na pré-modernidade era uma, na modernidade passou por transformação e reforma e agora na pós-modernidade precisa ser repensada.
    Nem tudo que foi bom para uma época é necessariamente bom para a vida.
    Nós estamos respondendo perguntas que foram feitas a uns quinhentos anos.
    Temos muita facilidade em responder perguntas que ninguém faz.
    Talvez nem é muito importante ter respostas, o mais importante é ter perguntas.
    Também não é vergonhoso mudar de idéia, vergonhoso é não ter idéia para mudar.
    A tua pergunta, Fábio , é tão boa que vc não deveria trocar por uma resposta.

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